Olá, turma do Dnd4!
Estou aqui iniciando mais uma seção do fórum. A aula de fluff!
Para começar então, vou explicar para vocês o que é fluff, o que é crunch, a importância dos dois, e o que acontece com um jogador que preza apenas um deles.
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ÍNDICE
1.Os termos
2.O Crunch
3.O Fluff
4.Sem um, sem outro
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1.
Os termosHoje em dia, nos RPGs em geral, e principalmente no nosso amado
Dungeons & Dragons, vieram á tona dois termos: o Crunch e o Fluff. Mas qualquer iniciante vai olhar para esses termos e dizer "Que *expressão deletada* é essa?", virar de costas, e voltar a jogar D&D com seu poderoso Fighter nível 2.
Realmente, saber a diferença das duas coisas é tão relativo quanto saber a diferença entre um muro e uma parede: Saber a diferença não vai mudar o fato que dar uma cabeçada nelas vai doer. Mesmo assim, aprendendo a diferença, você vai interagir com o mundo de uma forma diferente.
Passando então ao que interessa:
Dungeons & Dragons não é um jogo comum. Ao contrário dos outros RPGs, Dungeons & Dragons é um RPG e um Wargame. Isso significa que ao mesmo tempo é um jogo de interpretação de personagens, e de guerra, como um xadrez. Um xadrez com dragões, rituais dedicados á demônios, e cubos gelatinosos que te engolfam e te digerem... Mas isso você já deve ter percebido...
2.
O Crunch
Começando pelo que os iniciantes absorvem mais rápido, e infelizmente, mais interessadamente, temos o Crunch. O crunch é o conjunto de regras cruas e nuas que fazem a base do jogo de
D&D. Ou seja, desde as regras de determinação de sorte através das rolagens do D20, até os 3d12+11 de cold, fire e poison damage + perda de um healing surge da Baforada Dracônica da lenda "Dragotha". (Hahaha! Crunch demais?)
Para entenderem bem a diferença, memorizem o seguinte ataque de um Kobold:
Azagaia (padrão; sem limite)
+5 vs. CA; 4 de dano.
As idéias de ser uma ação padrão, sem limite, ter +5 de bônus nas jogadas de ataque, e 4 de dano (que poderia ser inclusive 1d4 ou 1d8 de dano) são regras que acabam por implicar uma lógica ao jogo. Mas não passam de números e expressões curtas que servem para sustentar e fazer funcionar a batalha durante o jogo. É aí que entra o longo e doloroso Fluff.
3.
O FluffNesse momento você já deve ter em mente o que o Fluff é, mas... HEY! Eu tenho que explicar, ok? Continua lendo que eu prometo uma explicação legal
O Crunch serve para sustentar o Fluff. Sem o Fluff,
Dungeons & Dragons seria
Numbers & Pencils. O Crunch é o conjunto de regras que sustentam o jogo, o Fluff é sustentado por sua imaginação.
Então, em síntese, o Fluff é a ambientação, a narrativa, a imaginação e a interpretação. Todos têm dentro de si mesmos, e é a idéia do RPG.
"Agora... se o Fluff está dentro de nós, está em nossas mentes, mesas, narrativas e etc... POR QUÊ O SHAOLIN QUER DAR AULA DISSO PARA A GENTE? É AULA DE CRIATIVIDADE? TERAPIA COLETIVA?"
Antes que possam formar uma multidão enfurecida no portão da minha casa, por favor, leiam o Contexto Histórico-Filosófico do Fluff. Sério, vocês vão entender.
Com a chegada dos sistemas D20, veio uma mudança na filosofia dos RPGs. No final dos anos 90, a ênfase era em livros cheios de "descrição de cenários". Isso é bom, mas era descrição demais, coisa de escritor aspirante!
Nesse caso, começaram a chamar esses detalhes de narrativa de "Fluffy", ou "fofinho" em português. Esse apelido pederasta veio do fato de que os números são frios e diretos, enquanto as descrições eram mais palpáveis... que podiam ser vividas!
O Fluff possui muitos detalhes. Claro que qualquer mestre ou jogador pode inventar o que quiser, e mudar o que foi escrito. A escolha é de vocês, e o jogo também! No entanto, há pessoas que se importam em saber sobre as estórias escritas no
D&D. Tentam aprender e fazer um jogo coerente com o que todas as pessoas jogam. Gostam de saber sobre Bahamut, Vecna, e Kord. Gostam de saber porquê os Beholders flutuam, e porquê os monges dão chutes que derrubam Titãs. É isso que eu vou ensinar para vocês. Vou dar aulas sobre a ambientação do D&D: Monstros, Divindades, Classes, Poderes... Tudo bem explicado de forma simples para que todos entendam!
Lembra do exemplo do Kobold? Eu sei que não. Pare de mentir para si mesmo!
Aquele exemplo era um ataque de Kobold como as pessoas vêem. Uma jogada de sorte, com números pré-determinados que se somam e subtraem mutuamente.
Sob os olhos do Fluff, aquele ataque significa que é um ataque simples (Portanto, sem limite). Algo como (vamos fingir que ao invés de uma Azagaia, é uma funda):
"O kobold Lacaio, em suas vestes velhas e amarronzadas começa a girar a funda mirando no Anão Husk... a pedra é disparada como um projétil, e rapidamente acerta o peito do anão!" Daí entra o Crunch, com o dano e efeitos posteriores.
4.
Sem um, sem outro
Hoje em dia, graças à "modernização" do RPG, e a ascenção do Crunch como parte principal, existem os jogadores que pouco ligam para se o pobre Anão Husk vive nas montanhas, ou na praia. E além de tudo, acham que conhecem todas as 998788745464 regras que saiu no último lançamento, o
"Shitty Rules and Paragon Paths 8".
Essas pragas são chamadas de "Advogados de Regras", e são os responsáveis pelo estrago de diversas mesas. É o que se torna alguém que ignora completamente o Fluff.
E quem ignora o Crunch completamente? Vira poeta ou ator.
Comentem para que mais aulas como essa possam estar aqui para vocês!!!